quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A degola


Antes de continuar com o blog preciso explicar porque a coluna foi extinta do Jornal Capital. Conspire a vontade com aquilo que vou escrever.

Era uma quinta-feira quando o meu chefe me chamou em sua sala. Ele havia acabado de retornar da capital. Sisudo e vermelho, deu uns dois tapas na mesa e uns 4 berros, nada fora do comum. Tudo isso para informar que minha coluna ia ser suspensa.
E qual foi o motivo? Bem, o de sempre: o que eu escrevi não agradou alguém. Você pode escrever sem agradar alguém durante anos, mas experimente chacotar a pessoa errada. É qüiproquó na certa!
Para justificar a degola, recebi o título de louco, de despreparado e de burro, similar àquele que o Jonas “Brucutu” da Gleba me deu na tribuna da Câmara depois que esfolei ele na coluna. Lembro de algumas frases: “Você é louco de chamar o prefeito de ladrão?”, “Acho que o Jamerson tava fumando craque quando escreveu a coluna”, e “O Jamerson só pode ter comido excremento” (mudei a palavra para “excremento”, porque é muito feio escrever bosta).
Lembro só de alguns comentários dessa natureza porque felizmente tenho memória seletiva (o que não significa que não vou ter minha vingancinha contra aquele secretário que me chamou de drogado).
Antes de postar o trecho da minha coluna que causou tamanha discórdia, quero dizer que nunca chamei o prefeito Juarez de ladrão. Ele até chegou a imprimir um extrato da sua conta bancária para me mostrar o saldo negativo (gastador), para me provar a sua honestidade. Eu acredito JC. Só faria uma acusação dessas, na minha coluna ou em reportagens (que são mais sérias), se tivesse provas, e pode ter certeza que se fosse esse o caso não utilizaria de insinuações, mas de uma grossa manchete ocupando meia capa do jornal.

Vamos ao tal trecho da discórdia:
...“
Dica n.º 2 - Guia do Furto
A dica n.º 1 do “Almanaque da Segurança Pública” do Barbas de Molho, que publiquei na edição passada, fez tanto sucesso que hoje trago um novo verbete desse extenso volume ainda não publicado no Brasil. A sugestão é simples. Primeiro é preciso fazer um levantamento dos políticos que tem residências ou familiares morando em Sinop. Não pode faltar nessa lista a filha do Blairo, a casa do Silval, do JC e do Pivetta. Não sei se o secretario de Segurança tem alguma coisa por aqui, mas se tiver, põe na lista. Feito isso estará pronto o Catálogo das Pessoas Influentes de Sinop, com endereço, telefone e horários que mais costumam ficar em casa. O próximo passo é imprimir e distribuir por toda a cidade. Poderia até ler a lista diariamente no Cidade Alerta, sempre encerrando com o pedido de que os bandidos dêem prioridade a essas residências na hora de fazer o seu “trabalho”. Com o tempo poderia até organizar um rodízio, dando um intervalo de 20 em 20 dias. Aposto que com uns 3 furtos na casa da filha do botinudo o efetivo de Sinop dobra.
Nota: ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão ”...

O problema não foi a dica de segurança, foi a nota no final. JC já teve sua casa roubada e até poderia fazer disso um marketing. Ao invés disso, preferiu vestir a carapuça de ladrão, assim como outros citados.
E pensar que eu nem estava “pescando” ladrões com essa colocação. Eu só queria dar uma pancada bem dada no povo da capital, que continua enrolando quando o assunto é segurança pública.
A culpa é toda deles. É por falta de polícia que tem até gente escrevendo coluna drogado, fazendo uso de substâncias orgânicas e ficando muito louco! É o efeito “cascata” da cascatisse da segurança pública.

2 comentários:

  1. Normal... dificil é agradar a todos, muito mais dificil quando o assunto é POLÍTICA. Sem comentários.
    Bom mesmo é causar expectativa. O jornal não é o mesmo sem o Barbas.

    Talvez a tua forma de escrever seja mal interpretada. Alguns "secretários" precisam se dar conta de que a imprensa é formadora de opinião, e até mesmo de revolta_ por isso, devem tomar cuidado com o dia de amanhã. Hoje, é só hoje, mas amanhã é outro dia!


    Ass.
    Touro Cansado

    ***exausto

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  2. Lembro desse dia como se fosse hoje. O barbudo sendo tachado de 'guri da cracolândia'. Tem coisas inexplicáveis meu amigo Jamer, essa é uma delas...

    Abraços

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