segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bagre frito 2


JC começou a semana com uma coletiva. Gosto quando ele faz isso. Toda demonstração de trabalho de um político em plena segunda-feira é merecedora de elogios. O assunto do encontro era velho, a reforma do Gigante do Norte. Mas valia a pena ver quem estaria lá. A coletiva começou com todo o secretariado na mesa, menos o Mauri “Saco de Lima”, que foi e ficou do lado de fora (talvez por ser bom demais para compartilhar sua presença com os demais), e o homem do momento, Ivanildo Bagre do Camping. A ausência do quase ex-secretário era um sinal de que a conversa com JC no final de semana não aconteceu. Ou se aconteceu, não houve reversão. Mas as teorias conspiratórias caíram por terra, dando espaço a outras novas, quando o Bagre, sorrateiramente, adentrou o recinto. A face estava serena como de costume, tirou o lenço do bolso e enxugou o suor da testa. Repetiu o gesto característico e se posicionou às costas do prefeito, do lado esquerdo do Góis, como um legítimo escudeiro de JC.
Estaria tudo bem?





Em segundo plano, mas presente, como um legítimo articulador


O desdobramento

Depois da coletiva aconteceu uma nova reunião. Juarez, Ivanildo, alguns secretários e a bancada de sustentação na Câmara. Tanta gente porque a conversa tinha que ter bastante testemunhas.
Em suma o Bagre queria um pouco mais de poder. Poder para atender alguns pedidos dos vereadores e de algumas pessoas que o procuram. O que por sinal é prerrogativa da sua função: secretário de Governo.
Não participei da reunião, mas é como se estivesse lá. Os vereadores devem ter falado da submissão da Câmara na atual legislatura, que aprovou tudo o que o prefeito quis, em primeira e única, sem interstícios, sem parecer, sem ler o projeto e assim por diante, toda vez que o secretário de governo pediu. Em troca os vereadores queriam um pouco de “carinho”.
“Carinho”, para que não haja uma dupla interpretação, é uma passagem para Cuiabá, que a prefeitura descolou para um vereador repassar ao seu eleitor, é uma requisição para um exame de sangue ou ultrassom, feito na rede particular, mas pago pela prefeitura, que da mesma forma será dado como “agrado” por um vereador a um conhecido que lhe cobra. Isso não é denúncia de prática nova. Pelo contrário! É quase um legado cultural do Brasil. Mas JC não estava fazendo e por isso Ivanildo surtou.
A pressão rendeu. JC cedeu e o Bagre voltou, mais liso do que nunca. Deve ter ganho um bloco de “carinho”. Então se alguém precisar fazer aquela cirurgia nos rins lá em Cuiabá é só procurar o secretário de Governo. Aliás, como pobre tem problema de rins. Nem parece que eles tem só dois.

Nota:
Falando em rins, a primeira missão de Ivanildo após o seu retorno, é convencer alguém a assumir a liderança do prefeito na Câmara. São três “candidatos” e o vencedor ganha além do cargo, 50 litros de remédio para os rins, natural, do tipo “quebra-pedra”.

7 comentários:

  1. Eu Lamento!


    Ass. Touro Cansado

    ResponderExcluir
  2. ótimo texto!


    **vc tá terrível! rs


    Olga

    ResponderExcluir
  3. Show de bola Jamerson. A nota então...

    ResponderExcluir
  4. parabéns...

    esse blog é demais

    nota 10

    abraços

    ResponderExcluir
  5. hehe...Parabéns pelo blog. Seus leitores ficaram felizes de saber que o seu senso crítico ainda está afiadíssimo, apesar da poda no impresso.

    ResponderExcluir
  6. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Formidável!

    jpssinop@hotmail.com

    ResponderExcluir